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ContraFogos 2018

Memorial Meyer Filho, Florianópolis/SC

Priscila Costa Oliveira e Mechu Lopez Bravo

O mundo como mercadoria. Quando os meios de comunicação se convertem em espetáculo e aparência, se produz o que o filósofo Adorno chama de dominação sugerida. Não tem cidadãos, apenas consumidores que exigem o que lhes é submetido. Nesta sutil dominação, o indivíduo coloca as correntes da servidão para viver uma aparência de liberdade, onde escolhe entre o que lhe esmaga ou aniquila. Os meios de comunicação criam realidades, e nas formas como fazem, colocam em ação uma ciência política que produz estratégias para modificar o comportamento social e marcar o ritmo das mudanças sócio-políticas. As notícias, os acontecimentos do mundo, são distorcidas ou impossíveis de verificar e, por tanto, são relativos. A realidade construída pelos meios de comunicação constitui uma hiper-realidade frustrante, que leva à passividade, aos valores da homogeneidade. Sob essa manipulação, vive-se sob a alienação, na dor de ninguém, dos sem voz, e acaba gerando uma realidade excessiva. Nós nos perguntamos: Como lutar contra um sistema que adoece, que busca nas velhas soluções que são a causa do problema?

A mostra internacional de arte contemporânea reúne obras de artistas do Brasil, da Argentina, da Espanha e da Inglaterra.

De diferentes linguagens, os trabalhos são táticas de resistências a uma política corporativa, de controle e vigilância, sendo desenvolvidos por artistas que instauram tensões e contradições em seus lugares de origem. São eles: André Winn, Bruna dos Anjos, Camila Soato, Carolina Chocron, Daniela Ortiz y Xose Quiroga, Juliano Ventura, Marie Carangi, Noah Rose, Núria Güell, Pablo Paniagua, Rogério Marques, Sergi Selvas, Traplev.

 

A exposição debate o mundo como mercadoria diante das urgências e necessidades mundiais e locais. Em tempos de instabilidade política local e mundial, de supressão de direitos, ascensão de líderes opressores, "Contra-fogos" apresenta-se como uma alternativa de resistência, espaço de reflexão, e busca por novos caminhos na luta cotidiana contra à insensibilização que a violência midiática produz.

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